A DIVISÃO DOS CONGOS: KINSHASA E BRAZZAVILLE

Rio congo separando as duas cidades 

Kinshasa e Brazzaville, duas cidades que se enfrentam, separadas apenas pelo Rio Congo, são como irmãs voláteis na África Central. O Rio Congo, com menos de 1.000 metros de largura, separa as duas cidades. Acima das corredeiras, o rio é navegável, mas abaixo delas, até o Oceano Atlântico, torna-se intransponível.

No final do século XIX, França e Bélgica estabeleceram colônias rivais nas margens do Congo, cada uma construiu uma ferrovia para contornar as corredeiras e chegar ao oceano, as cidades de Kinshasa e Brazzaville surgiram nos pontos finais dessas ferrovias.

A história da divisão dos Congos em Kinshasa e Brazzaville remonta ao período colonial, quando as potências europeias dividiram arbitrariamente o continente africano durante a Conferência de Berlim em 1884-1885. Essa divisão resultou na criação de várias colônias e territórios administrados por diferentes países europeus, incluindo o Congo Belga e o Congo Francês.

 

Divisão e Motivos

Bandeira da RDC


Por quase 150 anos, essas cidades foram divididas por sua origem compartilhada e pelo famoso rio que corre entre elas. Kinshasa, a capital da República Democrática do Congo (DRC), era conhecida como Leopoldville sob o domínio belga.

A divisão dos Congos em Kinshasa (anteriormente Leopoldville) e Brazzaville ocorreu principalmente devido à colonização belga e francesa na região. O Congo Belga, administrado pelo Rei Leopoldo II da Bélgica, era uma colônia brutalmente explorada para a extração de recursos naturais, como borracha e marfim. Enquanto isso, o Congo Francês, sob o controle da França, tinha uma administração colonial, focada principalmente na exploração de recursos naturais e no estabelecimento de plantações.

A divisão dos Congos foi influenciada por interesses coloniais e econômicos das potências europeias. A presença de rios navegáveis, como o Rio Congo, que servia como importante via de transporte e comércio na região, também desempenhou um papel significativo na determinação das fronteiras coloniais.

 

Bandeira do Congo Brazaville

Impactos na População e Economia

 A divisão dos Congos em Kinshasa e Brazzaville teve diversos impactos nas populações a divisão criou fronteiras artificiais que dividiram comunidades étnicas e culturais que historicamente compartilhavam laços e trocas comerciais. Isso resultou em uma fragmentação cultural e étnica que ainda afeta as relações intercomunitárias na região.

A colonização deixou um legado de desigualdade, corrupção e instabilidade política em ambos os Congos. Após a independência, Kinshasa e Brazzaville enfrentaram desafios significativos na construção de instituições políticas e econômicas estáveis, levando a períodos de instabilidade política, conflitos armados e regimes autoritários.

Apesar das divisões coloniais, Kinshasa e Brazzaville têm trabalhado para promover a cooperação regional e a integração econômica por meio de organizações como a Comunidade Econômica dos Estados da África Central (CEEAC) e a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), buscando superar os legados coloniais e promover o desenvolvimento regional.

 A divisão dos Congos em Kinshasa e Brazzaville foi uma consequência da colonização europeia na região, resultando em impactos significativos nas populações e economias locais. A superação desses desafios requer esforços contínuos para promover a cooperação regional, fortalecer as instituições democráticas e promover o desenvolvimento inclusivo em ambas as nações.

 

Uma África Desconhecida

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