A ORIGEM AFRICANA DA CIVILIZAÇÃO: MITO OU REALIDADE
Cheikh Anta Diop foi um renomado historiador, antropólogo, físico e linguista senegalês, conhecido por suas contribuições para o entendimento da história africana e por suas ideias relacionadas à origem africana da civilização. Ele argumentou vigorosamente que a África desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento das civilizações antigas.
E na sua obra " 𝐀
𝐎𝐫𝐢𝐠𝐞𝐦
𝐀𝐟𝐫𝐢𝐜𝐚𝐧𝐚
𝐝𝐚
𝐂𝐢𝐯𝐢𝐥𝐢𝐳𝐚çã𝐨
" Cheikh Anta Diop, aborda a ideia
de que a civilização humana teve suas origens em África e explora a
contribuição do continente africano para o desenvolvimento da humanidade fora
dos preconceitos que desde ao longo dos tempos foram projectadas pelo ocidente.
Diop argumenta que a África foi o
berço da civilização e que as raízes da cultura, ciência e tecnologia podem ser
rastreadas até as antigas civilizações africanas. Ele contesta as teorias eurocêntricas
que minimizaram ou negaram a importância da África na história mundial.
Uma das contribuições mais
significativas de Diop foi sua abordagem da datação por carbono-14 de antigas
múmias egípcias e outras fontes arqueológicas para afirmar a antiguidade da
civilização africana. Ao longo do livro, Diop apresenta uma série de evidências
arqueológicas, linguísticas e culturais para sustentar sua tese. Ele analisa a
influência africana em áreas como a matemática, astronomia, arquitetura,
medicina e filosofia.
Além disso, Diop explora a
história do Egito Antigo e argumenta que a civilização egípcia era de fato
africana e negra. Ele destaca a contribuição dos antigos egípcios para a
civilização, destacando seus avanços na agricultura, arquitetura, escrita hieroglífica
e organização social.
Diop rejeitou categoricamente
teorias racistas que desconsideravam ou minimizavam as realizações culturais e
científicas africanas. Ele trabalhou para desconstruir preconceitos e
estereótipos sobre a história e as capacidades intelectuais africanas.
"A Origem Africana da
Civilização" é uma rica obra no campo dos estudos africanos e tem
influenciado significativamente a perspectiva acadêmica sobre a história
africana. Além de suas pesquisas
acadêmicas, Diop também estava envolvido em esforços educacionais e trabalhou
para conscientizar as pessoas sobre a importância de uma perspectiva africana
na compreensão da história e da cultura. O livro defende a valorização da
contribuição africana para a civilização mundial e busca reafirmar o papel
central da África na narrativa histórica global.
Coleção história Geral da África, UNESCO |
" A HISTÓRIA GERAL DA ÁFRICA " é uma coleção de oito volumes que busca contar a história do continente africano desde os tempos pré-históricos até o período contemporâneo. A coleção foi desenvolvida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura (UNESCO) e reúne contribuições de mais de 350 especialistas africanos e internacionais.
O objetivo principal dessa obra é
apresentar a história de África a partir de uma perspectiva africana, em
contraposição à abordagem eurocêntrica que predominou por muitos anos. Ela
busca destacar a riqueza cultural, a diversidade étnica e as contribuições
significativas que o continente africano fez para o desenvolvimento da
humanidade.
O primeiro volume da série,
intitulado "𝐌𝐞𝐭𝐨𝐝𝐨𝐥𝐨𝐠𝐢𝐚
𝐞
𝐏𝐫é-𝐇𝐢𝐬𝐭ó𝐫𝐢𝐚
𝐝𝐚
Á𝐟𝐫𝐢𝐜𝐚
", aborda a metodologia utilizada na pesquisa histórica africana e explora
a pré-história do continente, incluindo os primeiros vestígios da presença
humana e o desenvolvimento das sociedades caçadoras-coletoras.
Os volumes subsequentes tratam de
temas como as civilizações antigas de África, os reinos medievais, o comércio
transaariano, o desenvolvimento de impérios africanos, a expansão islâmica, o
impacto do colonialismo europeu, a luta pela independência, a descolonização,
as dinâmicas pós-coloniais e os desafios enfrentados pelas nações africanas
contemporâneas.
A coleção "𝐀
𝐇𝐢𝐬𝐭ó𝐫𝐢𝐚
𝐆𝐞𝐫𝐚𝐥
𝐝𝐚
Á𝐟𝐫𝐢𝐜𝐚"
tem sido amplamente reconhecida como um marco importante na valorização e na
promoção da história africana. Ela contribui para combater estereótipos
negativos e preconceitos sobre o continente e proporciona uma base sólida para
o estudo e o entendimento da África como um todo. Além dos oito volumes
principais, também foram publicados materiais suplementares, como um guia de
ensino e um atlas histórico de África. Esses recursos adicionais ajudam a disseminar
o conhecimento e a promover o ensino da história africana em escolas e
universidades ao redor do mundo.
Em suma, "A História Geral
da África" oferece uma visão abrangente e aprofundada da história do
continente africano, destacando sua importância e complexidade ao longo dos
séculos e enfatizando sua relevância para a compreensão da história da
humanidade como um todo.
𝐍𝐨𝐭𝐚:
Todos os volumes podem facilmente ser encontrados em formato digital na
Internet.
ILUNDO: DIVINDADES E RITOS ANGOLANOS
Ilundo-Óscar Ribas |
O livro ILUNDO: DIVINDADES E RITOS ANGOLANOS foi escrito por 𝐎́𝐬𝐜𝐚𝐫 𝐑𝐢𝐛𝐚𝐬 um escritor e mestre angolano. O livro é uma fonte importante para entender a cultura e as crenças angolanas, nesta obra o autor relata muitos aspetos importantes sobre o código linguístico nos povos africanos, e a interpretação incorreta dos invasores europeus sobre muitos aspetos e práticas culturais, olhando-os como erradas, ou ainda atribuindo outras formas de interpretação. Óscar Ribas espelha nesta obra por exemplo que o termo “𝐟𝐞𝐢𝐭𝐢𝐜̧𝐨” não nasce do nosso código linguístico, ele mostra que esse termo é uma derivação das línguas europeus “fetiche”.
O 𝐐𝐮𝐢𝐦𝐛𝐚𝐧𝐝𝐚
é médico-adivinho, pai da umbanda ou mãe da umbanda, o quimbanda trata as
enfermidades, diagnosticando por adivinhação. O 𝐐𝐮𝐢𝐥𝐚𝐦𝐛𝐚
é o intérprete das sereias, fadado desde nascença por esses seres, possui o
privilégio de tratar todos os males ocasionados por eles, tais como: doenças,
cóleras do mar, estiagens, infestações de feras. Em caso de cólera, obtém a
calmaria; de estiagem, a chuva; de infestação, a expulsão. O 𝐌𝐮𝐥𝐨̂𝐣𝐢 é o feiticeiro propriamente dito, só
se dedicando à prática do mal. Sua ciência, denominada « 𝐮𝐚𝐧𝐠𝐚
», pode ser adquirida de livre vontade ou por coação.
O 𝐦𝐮𝐜𝐮𝐚́-𝐛𝐚𝐦𝐛𝐚, «homem do chicote», é o fiscal dos feiticeiros, que persegue e pune. Seu poder, consequentemente, suplanta o destes. O ministério é desempenhado, como nos outros, ou por voluntariedade, ou por revelação, quer em sonho, quer por doença. O autor faz uma imersão profunda sobre as práticas culturais angolanos, fala-nos por exemplo da prática de Xinguilar e tantos outros aspetos que fazem parte da cultura Angolana, mas que hoje infelizmente poucos conhecem, e os que as conhecem simplesmente desprezam.
A obra " CRÍTICA DA RAZÃO NEGRA" é um livro escrito por 𝐀𝐜𝐡𝐢𝐥𝐥𝐞 𝐌𝐛𝐞𝐦𝐛𝐞 um filósofo e pensador camaronês. Publicado em 2013, o livro é uma reflexão crítica sobre a forma como o pensamento ocidental e a modernidade têm historicamente construído e representado as identidades negras. Mbembe argumenta que a noção de raça, especialmente quando aplicada aos negros, foi fundamental para a formação do mundo moderno e para a justificação da exploração e opressão dos povos africanos durante o período colonial. Ele examina como a noção de raça foi elaborada, consolidada e utilizada como uma ferramenta de dominação, tanto no passado quanto no presente.Uma das principais críticas que Mbembe apresenta é a ideia de que a razão ocidental, ao se basear em categorias rígidas e hierarquizadas, tem contribuído para a marginalização e desumanização dos negros.
Ele argumenta que a razão ocidental estabeleceu uma dicotomia entre a humanidade plena, atribuída aos europeus, e a sub-humanidade, atribuída aos africanos e seus descendentes. Mbembe também aborda questões relacionadas à violência e ao poder. Ele examina como a violência colonial e escravista foi legitimada por meio de discursos de superioridade racial e como essa violência continua a se manifestar nas estruturas e nas relações sociais contemporâneas.
Ele critica a persistência do
racismo e da discriminação racial, bem como a exploração econômica e cultural
dos povos negros. No geral, "
CRÍTICA DA RAZÃO NEGRA"é uma obra que busca desafiar as narrativas
dominantes sobre a negritude e o racismo, oferecendo uma perspectiva crítica e
contestadora sobre a construção da identidade negra e suas relações com o
poder. Ao analisar as estruturas de poder e os mecanismos de dominação, Mbembe
convida os leitores a questionar e repensar as concepções tradicionais de raça,
razão e humanidade.
A INVENÇÃO DA ÁFRICA : "𝐆𝐧𝐨𝐬𝐞,
𝐟𝐢𝐥𝐨𝐬𝐨𝐟𝐢𝐚
𝐞
𝐚
𝐨𝐫𝐝𝐞𝐦
𝐝𝐨
𝐜𝐨𝐧𝐡𝐞𝐜𝐢𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨"
é uma obra escrita por Valentin Mudimbe renomado filósofo, escritor e crítico
literário congolês. Ele é conhecido por sua contribuição para os estudos
africanos e sua análise crítica das representações culturais e do conhecimento
de África.
Em seu livro "A invenção da
África", Mudimbe explora a construção do conhecimento sobre a África,
questionando as narrativas e representações ocidentais dominantes. Ele
investiga como o continente africano foi definido, interpretado e imaginado ao
longo da história, argumentando que muitas vezes essas representações foram
criadas de acordo com as necessidades e perspectivas dos colonizadores.
Mudimbe aborda a relação entre
conhecimento, poder e dominação, explorando como as estruturas de poder
influenciaram e moldaram as representações de África. Ele analisa as diferentes
formas de conhecimento, incluindo a filosofia e a gnose, e sua relação com a
identidade africana e os sistemas de pensamentos africanos. Mudimbe também examina as
implicações das representações coloniais para a construção da identidade
africana e argumenta pela necessidade de uma abordagem crítica e autônoma na
produção do conhecimento sobre a África.
Mudimbe aborda nesta obra algumas questões pertinentes como:
- 𝑸𝒖𝒆 𝒔𝒊𝒈𝒏𝒊𝒇𝒊𝒄𝒂𝒅𝒐 𝒕𝒆𝒎 𝒉𝒐𝒋𝒆 Á𝒇𝒓𝒊𝒄𝒂 𝒆 𝒐 𝒒𝒖𝒆 𝒔𝒊𝒈𝒏𝒊𝒇𝒊𝒄𝒂 𝒔𝒆𝒓 𝒂𝒇𝒓𝒊𝒄𝒂𝒏𝒐?
- 𝑶 𝒒𝒖𝒆 𝒑𝒐𝒅𝒆 𝒔𝒆𝒓 𝒄𝒐𝒏𝒔𝒊𝒅𝒆𝒓𝒂𝒅𝒐 𝒇𝒊𝒍𝒐𝒔𝒐𝒇𝒊𝒂 𝒂𝒇𝒓𝒊𝒄𝒂𝒏𝒂 𝒆 𝒐 𝒒𝒖𝒆 𝒏ã𝒐 𝒑𝒐𝒅𝒆?
- 𝑨 𝒇𝒊𝒍𝒐𝒔𝒐𝒇𝒊𝒂 é 𝒑𝒂𝒓𝒕𝒆 𝒅𝒐 “𝑨𝒇𝒓𝒊𝒄𝒂𝒏𝒊𝒔𝒎𝒐”?
V. Y. Mudimbe argumenta que vários discursos estabelecem por si próprios os universos do conhecimento no seio dos quais as pessoas concebem a sua identidade.Os antropólogos e os missionários ocidentais introduziram distorções cuja influência se fez sentir não apenas nos estrangeiros, mas também nos africanos, à medida que procuraram compreender-se a si próprios.
Mudimbe vai para além das
questões clássicas em torno da antropologia e da história africanas. O seu
livro, argumenta o autor, procura uma “arqueologia da gnose africana enquanto
sistema de conhecimento no seio do qual emergiram recentemente importantes
questões filosóficas: em primeiro lugar, no que diz respeito à forma, ao
conteúdo e ao estilo da ‘africanização’ do conhecimento.
No geral, " A INVENÇÃO DA ÁFRICA" oferece uma
análise provocativa e reflexiva sobre a construção do conhecimento e das
representações de África, abrindo espaço para uma discussão mais ampla sobre o
papel do pensamento africano e a necessidade de uma perspectiva mais
equilibrada e autêntica sobre a África e suas diversas culturas.
-𝐏𝐑𝐄𝐅Á𝐂𝐈𝐎-
Até agora [1960, data da primeira
edição], a história da África negra tem sempre sido escrita com datas tão secas
quanto listas de lavanderia, e ninguém quase jamais tentou encontrar a chave
que abre a porta para a inteligência, a compreensão da sociedade Africana.
Falha a qual, nenhum pesquisador
jamais superou em ressuscitar o passado Africano, trazendo-o de volta à vida em
nossas mentes, diante dos nossos próprios olhos, por assim dizer, enquanto
mantendo-se estritamente dentro do reino da ciência. No entanto, os documentos
à nossa disposição nos permitem fazer isso praticamente sem qualquer quebra de
continuidade por um período de dois mil anos, pelo menos no que a África
Ocidental é concernida.
Portanto, tornou-se indispensável
descongelar, em uma maneira de falar, desfossilizar [defossilize] aquela
história Africana que estava ali à mão, sem vida, aprisionada nos documentos.
No entanto, este trabalho não é propriamente um livro de história; mas é uma
ferramenta auxiliar indispensável para o historiador. Ele de fato
proporciona-lhe uma compreensão científica de todos os fatos históricos até
então inexplicados.
Nesse sentido, ele é um estudo em sociologia histórica Africana. Ele nos permite deixar de se surpreender com a estagnação, ou melhor, o equilíbrio relativamente estável das sociedades Africanas pré-coloniais: a análise das suas estruturas sócio-políticas apresentadas nele nos permite avaliar os fatores de estabilização na sociedade Africana. Alguém, assim, compreende as defasagens técnicas e outras por serem o resultado de um tipo diferente de desenvolvimento baseado sobre causas fundamentais absolutamente objetivas. Assim, já não há qualquer razão para constrangimento.
Uma vez que essa consciência é
alcançada, nós podemos imediatamente e totalmente em quase todos os mínimos
detalhes reviver todos os aspectos da vida nacional Africana: as organizações
administrativas, judiciais,econômicas e militares, aquelas de trabalho, o nível
técnico, as migrações e formações dos povos e nacionalidades, assim, a sua
gênese étnica, e, conseqüentemente, quase gênese lingüística, etc. Após a
absorção de qualquer tal experiência humana, nós sentimos profundo dentro de
nós um verdadeiro reforço do nosso sentimento de unidade cultural. [Upon absorbing any such human
experiece, we sense deep within ourselves a true reinforcement of our feeling
of cultural oneness].
A obra " A IDEIA DE ÁFRICA" foi escrita pelo renomado acadêmico africano V. Y. Mudimbe, cujo nome completo é Valentin Yves Mudimbe este livro é uma contribuição significativa para os estudos africanos, a antropologia e a teoria pós-colonial. A obra, uma continuação da aclamada obra A invenção da África, de V.Y. Mudimbe, traça a “ideia” de África em função de diversos contextos históricos e geográficos desde a antiguidade grega até o presente. Mudimbe centra-se em dois aspectos principais: a tematização greco-romana do Outro e a sua articulação em conceitos como a barbárie e a selvageria e o processo complexo que moldou a ideia de África, tal como os europeus a entendem.
A África é descrita como um
paradigma da diferença no considerável espaço intelectual englobado. Partindo
de uma reflexão sobre a tradução francesa, datada do século XVII, da obra
Ícones do grego Filóstrato, Mudimbe tece considerações sobre as ligações gregas
ao continente africano, o paradigma grego e o seu poder, e a política da
memória. Em capítulos específicos, é efetuada uma crítica à recuperação dos
textos gregos por parte de acadêmicos negros e uma análise da atividade
contemporânea na arte africana.
Em " 𝐀 𝐈𝐝𝐞𝐢𝐚
𝐝𝐞
𝐀́𝐟𝐫𝐢𝐜𝐚
", Mudimbe examina como a África tem sido concebida e representada ao
longo da história, tanto por africanos quanto por não africanos. Ele analisa
como os africanos foram "outros" em relação ao pensamento ocidental e
como as ideias sobre a África e os africanos foram moldadas pela colonização,
pela antropologia, pela literatura e por outras disciplinas.
Mudimbe argumenta que a
construção do conhecimento sobre a África, muitas vezes, foi influenciada por
uma perspectiva eurocêntrica, que exotizava e simplificava a diversidade do
continente africano. Ele desafia essas representações estereotipadas e busca
entender como os africanos podem se apropriar de sua própria história e
cultura, em vez de serem vistos apenas através das lentes coloniais.
"PELE NEGRA, MÁSCARAS BRANCAS" é um livro escrito pelo
psiquiatra e filósofo Frantz Fanon. Publicado originalmente em 1952, este livro
é uma obra seminal na filosofia e na psicologia, e aborda questões complexas de
identidade, raça, colonialismo e psicologia.Fanon descreve a experiência de ser
negro em um ambiente branco, onde ele se sentia constantemente confrontado com
o racismo e a discriminação. O título " 𝙋𝙚𝙡𝙚
𝙉𝙚𝙜𝙧𝙖,
𝙈𝙖́𝙨𝙘𝙖𝙧𝙖𝙨
𝘽𝙧𝙖𝙣𝙘𝙖𝙨"
sugere a ideia de que, em uma sociedade colonizada ou racista, as pessoas
negras muitas vezes sentem a pressão de adotar uma " 𝒎𝒂́𝒔𝒄𝒂𝒓𝒂
𝒃𝒓𝒂𝒏𝒄𝒂
", ou seja, suprimir sua identidade cultural e racial para se adequar às
normas dominantes.
Logo de início, se apresenta como
uma interpretação psicanalítica da questão negra, tendo como motivação
explícita desalinhar pessoas negras do complexo de inferioridade que a
sociedade branca lhes incute desde a infância. Assim, descortina os mecanismos
pelos quais a sociedade colonialista instaura, para além da disparidade
econômica e social, a interiorização de uma inferioridade associada à cor da
pele o que o autor chama de "𝒆𝒑𝒊𝒅𝒆𝒓𝒎𝒊𝒛𝒂𝒄̧𝒂̃𝒐 𝒅𝒂
𝒊𝒏𝒇𝒆𝒓𝒊𝒐𝒓𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆
". Não se compreende a questão negra fora da relação negro-branco.
Em um momento de ampliação da luta
antirracista e conscientização e incorporação de brancas e brancos a essa luta,
este livro continua sendo transformador, em busca de uma sociedade realmente
livre e igualitária. Internalização do racismo: Fanon explora como a opressão
racial leva as pessoas negras a internalizarem o racismo, muitas vezes
resultando em uma autoimagem negativa e na busca pela validação dos brancos.
O autor examina como a identidade racial é uma
questão complexa e como as pessoas negras podem se sentir divididas entre
diferentes identidades, especialmente quando vivem em uma sociedade dominada
por brancos.Fanon argumenta que a luta pelo reconhecimento e pela autenticidade
é uma parte essencial da experiência negra em um contexto de colonialismo ou
racismo. Fanon também discute a necessidade de descolonização, tanto a nível
político quanto a nível psicológico, como um caminho para a libertação e a
criação de uma identidade racial mais saudável.
"PELE NEGRA, MÁSCARAS BRANCAS" é uma obra influente que teve um
impacto significativo na teoria crítica, na psicologia social e nos estudos
pós-coloniais. Frantz Fanon também é conhecido por sua obra "𝑶𝙨
𝘾𝒐𝙣𝒅𝙚𝒏𝙖𝒅𝙤𝒔
𝒅𝙖
𝙏𝒆𝙧𝒓𝙖",
na qual aborda questões relacionadas à descolonização e à luta pela
independência nas nações colonizadas. Ambos os livros são amplamente estudados
e discutidos no contexto dos estudos de raça, colonialismo e identidade.
SAIR DA GRANDE NOITE: ENSAIO SOBRE A ÁFRICA DESCOLONIZADA
" SAIR DA GRANDE NOITE: ENSAIO SOBRE A ÁFRICA DESCOLONIZADA" é
uma obra importante e provocativa escrita por 𝗔𝗰𝗵𝗶𝗹𝗹𝗲
𝗠𝗯𝗲𝗺𝗯𝗲,
filósofo e teórico político camaronês um renomado intelectual africano. Neste
livro, o autor examina criticamente os desafios, dilemas e perspectivas
enfrentados pela África após o fim do colonialismo.
𝗠𝗯𝗲𝗺𝗯𝗲
aborda a história complexa do processo de descolonização em várias regiões do
continente africano, destacando as dinâmicas de poder, as lutas por
independência e os efeitos duradouros do colonialismo. Ele explora as questões
relacionadas ao pós-colonialismo, incluindo as políticas de identidade, as
transformações culturais e os movimentos sociais.
O autor também se aprofunda nas
formas de governança pós-colonial e na evolução das instituições políticas na
África. Ele analisa como as estruturas coloniais influenciaram e moldaram as
instituições do continente e como essas influências persistem no contexto
contemporâneo.
Além disso, Achille Mbembe investiga as questões econômicas e socioeconômicas enfrentadas pelos países africanos no processo de descolonização e como essas questões se conectam com o cenário global.Com uma abordagem acadêmica e reflexiva, "Sair da Grande Noite: Ensaio sobre a África Descolonizada" busca não apenas compreender o passado e o presente da África pós-colonial, mas também oferecer insights sobre o caminho a seguir para uma sociedade mais justa, inclusiva e desenvolvida no continente africano.
Achille Mbembe é conhecido por
suas contribuições significativas para os estudos pós-coloniais e suas análises
profundas sobre a história e a política da África. Seu livro "Sair da
Grande Noite" é uma leitura essencial para aqueles interessados em
compreender a África contemporânea e as complexidades de seu legado
pós-colonial.
A obra " NAÇÕES NEGRAS E CULTURA ” (originalmente intitulado " 𝑵𝒂𝒕𝒊𝒐𝒏𝒔
𝒏è𝒈𝒓𝒆𝒔
𝒆𝒕
𝒄𝒖𝒍𝒕𝒖𝒓𝒆)
foi escrita pelo renomado historiador e intelectual senegalês 𝐂𝐡𝐞𝐢𝐤𝐡
𝐀𝐧𝐭𝐚
𝐃𝐢𝐨𝐩
. Publicado em 1954, o livro aborda a história e a cultura das civilizações
africanas antigas, bem como a influência e o legado dessas civilizações na
diáspora africana."
NAÇÕES NEGRAS E CULTURA" é uma obra seminal que desafia as
narrativas eurocêntricas dominantes ao reafirmar a contribuição da África para
a civilização mundial. Diop examina a grandeza das antigas civilizações
africanas, como o Egito Antigo, e demonstra a existência de uma
"Antiguidade Negra" na qual a África desempenhou um papel central no
desenvolvimento da humanidade.O livro discute temas como a contribuição africana
para a ciência, a escrita, a religião, a filosofia, a arte e a arquitetura.
Diop também examina a história da escravidão e da diáspora africana,
enfatizando a necessidade de valorizar e preservar a identidade e a cultura
Africana.
𝐍𝐚çõ𝐞𝐬 𝐍𝐞𝐠𝐫𝐚𝐬 𝐞 𝐂𝐮𝐥𝐭𝐮𝐫𝐚 é uma obra altamente influente no campo dos estudos africanos e tem sido fundamental para o despertar da consciência africana, bem como para a reafirmação do legado cultural africano. É uma leitura essencial para aqueles interessados em compreender a história e a cultura da África, assim como sua influência no mundo contemporâneo. A obra de Cheikh Anta Diop foi fundamental para o despertar da consciência africana e para a reafirmação do legado cultural africano. Seu trabalho tem sido amplamente lido e estudado, influenciando o campo dos estudos africanos e contribuindo para uma visão mais justa e precisa da história e da cultura africanas.
" HISTÓRIA DA ÁFRICA NEGRA"é um uma obra escrito por 𝐉𝐨𝐬𝐞𝐩𝐡 𝐊𝐢-𝐙𝐞𝐫𝐛𝐨, um renomado historiador e intelectual do continente africano. A obra é dividida em dois volumes e tem como objetivo principal contar a história do continente africano, enfocando especificamente a história dos povos africanos de origem negra. Publicado pela primeira vez em 1972, o livro ganhou reconhecimento e se tornou uma referência importante no estudo da história da África. Ki-Zerbo adota uma abordagem abrangente, abordando desde os primeiros vestígios da presença humana na África até os tempos modernos.
Ele explora temas como as civilizações
antigas, o comércio transaariano, os impérios e reinos africanos, a escravidão,
a colonização europeia e o processo de independência dos países africanos. Durante
largo tempo, a África foi considerada um continente sem história. Em 1830,
Hegel decretava que "A África não é uma parte histórica do mundo", e
depois dele muitos foram os historiadores que, sacrificando mais ao preconceito
do que à ciência, repetiram em vários tons a mesma ideia.
Na obra de Ki-Zerbo, essa
narrativa e à lenda de África ser um continente sem história. Num trabalho de
reconhecido rigor científico, que a crítica francesa saudou com o maior entusiasmo,
o autor levou a cabo o trabalho ciclópico de trazer à luzes as raízes histórico
de todo um continente, na sua insuspeitada riqueza. Partindo da pré-história, o
presente volume acompanha a caminhada do homem africano até ao século XIX,
desvendando aos olhos maravilhados do leitor sucessivos períodos de esplendor e
decadência, com o surgir e o afundar de reinos e impérios, até aos primeiros
contactos com os Europeus e as consequências que daí advieram para a evolução
histórica da África Negra.
Uma das principais contribuições de " HISTÓRIA DA ÁFRICA NEGRA" é que ele desafia a narrativa eurocêntrica predominante na historiografia, que muitas vezes negligenciou ou distorceu a história africana. Ki-Zerbo busca reafirmar a importância da África e destacar as realizações e contribuições dos povos africanos ao longo do tempo. O livro é amplamente utilizado em cursos universitários de história africana e tem sido uma leitura fundamental para estudiosos e interessados em aprender sobre a história e a cultura africana. Com uma linguagem acessível e uma abordagem abrangente, "História da África Negra" é uma valiosa ferramenta para compreender o passado e a identidade do continente africano.
O GENOCÍDIO OCULTO: O TRÁFICO NEGREIRO ÁRABE-MUÇULMANO
"𝐓𝐢𝐝𝐢𝐚𝐧𝐞
𝐍'𝐃𝐢𝐚𝐲𝐞"
é um historiador senegalês conhecido por sua pesquisa e escrita sobre o tráfico
de escravos africanos, incluindo o tráfico negreiro árabe-muçulmano. N'Diaye
argumenta que o tráfico negreiro árabe-muçulmano constituiu um genocídio que foi
amplamente ignorado e negligenciado na história mundial. Ele afirma que milhões
de africanos foram escravizados e submetidos a condições extremamente difíceis
ao longo de séculos no comércio transsaariano e transoceânico.
Segundo N'Diaye, o tráfico negreiro
árabe-muçulmano teve um impacto devastador nas comunidades africanas, com
consequências culturais, demográficas e sociais duradouras. Ele argumenta que
esse comércio de escravos não recebeu a mesma atenção e reconhecimento que o
tráfico transatlântico de escravos, e destaca a necessidade de uma investigação
mais aprofundada e uma discussão aberta sobre esse aspecto da história
africana.
É importante mencionar que as
opiniões e as perspectivas sobre o tráfico negreiro árabe-muçulmano são
diversas entre os acadêmicos e historiadores. Enquanto alguns compartilham a
visão de N'Diaye sobre a magnitude e o impacto desse comércio de escravos,
outros podem ter perspectivas diferentes ou enfatizar outros aspectos da
história africana e do tráfico de escravos.
O tráfico negreiro
árabe-muçulmano é um aspecto importante da história do comércio de escravos que
ocorreu ao longo de vários séculos. Embora o tráfico transatlântico de escravos
seja mais amplamente conhecido e documentado, o tráfico negreiro
árabe-muçulmano também teve um impacto significativo na população africana.
Durante o período transatlântico,
estima-se que entre 10 e 12 milhões de africanos foram capturados e
transportados para as Américas como escravos. Em contrapartida, o tráfico
negreiro árabe-muçulmano começou mais cedo e continuou por mais tempo,
abrangendo aproximadamente do século VII ao século XX. A rota principal do
tráfico era através do Mar Vermelho e do Oceano Índico, com destinos que
incluíam o Oriente Médio, a Península Arábica, a Índia e outras regiões da
Ásia.
No entanto, é importante notar que os registros históricos detalhados do tráfico negreiro árabe-muçulmano são menos abundantes em comparação com o comércio transatlântico de escravos. Isso ocorre em parte devido à natureza fragmentada dos registros históricos disponíveis e à falta de estudos e investigações abrangentes sobre esse tema específico. Além disso, muitos desses registros estão escritos em línguas como o árabe, o persa e outras línguas regionais, o que dificulta o acesso a essas informações por pesquisadores e historiadores.
O LEGADO ROUBADO: FILOSOFIA GREGA É A FILOSOFIA EGÍPIA ROUBADA
" 𝐒𝐭𝐨𝐥𝐞𝐧
𝐋𝐞𝐠𝐚𝐜𝐲:
𝐆𝐫𝐞𝐞𝐤
𝐏𝐡𝐢𝐥𝐨𝐬𝐨𝐩𝐡𝐲
𝐢𝐬
𝐒𝐭𝐨𝐥𝐞𝐧
𝐄𝐠𝐲𝐩𝐭𝐢𝐚𝐧
𝐏𝐡𝐢𝐥𝐨𝐬𝐨𝐩𝐡𝐲"
é um livro escrito por George G. M. James historiador e guianense-americano
publicado em 1954. Nesta obra, o autor argumenta que a filosofia grega foi
derivada ou roubada da filosofia egípcia. Na missão de destituir o mito de uma
filosofia de origem puramente grega, George James constrói 𝐒𝐭𝐨𝐥𝐞𝐧
𝐋𝐞𝐠𝐚𝐜𝐲
(𝑶
𝑳𝒆𝒈𝒂𝒅𝒐
𝑹𝒐𝒖𝒃𝒂𝒅𝒐)
nos contando, em detalhes, como teria sido a trajetória e as circunstâncias que
levaram a formação da filosofia grega.
James traça um mapa geopolítico
explicitando o modo como os gregos construíram a chamada “𝐇𝐢𝐬𝐭ó𝐫𝐢𝐚
𝐝𝐚
𝐅𝐢𝐥𝐨𝐬𝐨𝐟𝐢𝐚”,onde
os filósofos gregos são narrados como pioneiros nas elaborações filosóficas
sobre mitologia, cosmogonia e questões existenciais da humanidade. James chama
atenção para factos históricos que atravessaram o território grego no período
onde supostamente os mesmos teriam inaugurado a chamada História da Filoso
sefia. James defende a ideia de que a filosofia egípcia era muito mais avançada
e desenvolvida do que a grega, e que os gregos teriam adotado e reivindicado
essa ideias como suas. Ele argumenta que os egípcios eram os verdadeiros
mestres da filosofia e que sua contribuição foi apagada e suprimida ao longo da
história.
As semelhanças entre a filosofia africana e a grega
O autor demonstra que a Filosofia
Grega foi fruto dos Sistemas de Mistérios Egípcios, além disso, o autor traz à
tona algumas objeções acerca da História da Filosofia. O autor explica quatro
pontos extremamente importantes e caros à Filosofia e a legitimidade da
Filosofia Africana. Estes pontos são: (1) A teoria Egípcia de salvação que desde
a antiguidade tornou-se o objetivo da Filosofia Grega; (2) Circunstâncias da
identidade entre os sistemas Egípcio e Grego e (3) A abolição da Filosofia
Grega com os Mistérios Egípcios.
James afirma desde o primeiro
capítulo que a filosofia grega teria sido fruto do roubo de um legado, o legado
egípcio. Parece-nos que o interesse do autor é, justamente, apontar a tamanha
negligência e violência dos outros contra as produções intelectuais africanas,
já que esses traços foram completamente retirados da história da filosofia.
James suporta ainda que a filosofia ocidental teve muita influência africana e
negra.
Outro ponto de interesse
considerável para ser contabilizado foi a atitude do governo Ateniense para
esta então-chamada Filosofia Grega, a qual era considerada de origem
estrangeira e tratada em conformidade. Apenas um breve estudo da história é
necessário para mostrar que os filósofos Gregos eram cidadãos indesejáveis, que
durante todo o período de suas investigações foram vítimas de perseguição implacável,
nas mãos do governo Ateniense. 𝐀𝐧𝐚𝐱á𝐠𝐨𝐫𝐚𝐬
foi preso e exilado; 𝐒ó𝐜𝐫𝐚𝐭𝐞𝐬
foi executado; 𝐏𝐥𝐚𝐭ã𝐨
foi vendido como escravo e 𝐀𝐫𝐢𝐬𝐭ó𝐭𝐞𝐥𝐞𝐬
foi indiciado e exilado; enquanto o mais antigo de todos, 𝐏𝐢𝐭á𝐠𝐨𝐫𝐚𝐬,foi
expulso de Crotona na Itália.
Podemos nós imaginar os Gregos
fazendo uma tal sobre volta, como reivindicando os próprios ensinamentos que
eles tinham no início perseguido e abertamente rejeitado? Certamente, eles
sabiam que estavam usurpando o que nunca tinham produzido.
𝐍𝐨𝐭𝐚:
No entanto, é importante destacar que a visão apresentada por George G. M.
James em "Stolen Legacy" não é amplamente aceita por alguns
estudiosos acadêmicos. Muitos acadêmicos consideram a filosofia grega como uma
tradição única e original que se desenvolveu independentemente das influências
egípcias.
Originalmente intitulado como "𝐂𝐢𝐯𝐢𝐥𝐢𝐳𝐚𝐭𝐢𝐨𝐧 𝐨𝐫 𝐁𝐚𝐫𝐛𝐚𝐫𝐢𝐬𝐦”: é uma obra seminal do historiador, antropólogo e físico senegalês 𝐂𝐡𝐞𝐢𝐤𝐡 𝐀𝐧𝐭𝐚 𝐃𝐢𝐨𝐩. Publicado em 1981, o livro apresenta a análise abrangente de Diop sobre a história africana, desafiando as visões eurocêntricas prevalecentes e defendendo o reconhecimento das contribuições de África para a civilização mundial, Diop olha ainda para os efeitos prejudiciais que o continente africano tem passado ao longo dos tempos devido as narrativas racistas que deitam por terra todo o conhecimento africano, levando a África a ser vista apenas como escravos.
Em "𝐂𝐢𝐯𝐢𝐥𝐢𝐳𝐚𝐭𝐢𝐨𝐧
𝐨𝐫
𝐁𝐚𝐫𝐛𝐚𝐫𝐢𝐬𝐦”:
Diop argumenta contra a noção de que África é um continente desprovido de
significado histórico e de realizações intelectuais. Fornece uma grande
quantidade de provas para demonstrar as origens antigas das civilizações
africanas e as suas contribuições significativas para o desenvolvimento humano.
Diop explora vários aspectos da
história africana, incluindo a língua, a ciência, a filosofia, a religião e a
cultura. Apresenta provas das primeiras civilizações avançadas em África, como
o antigo Egipto e a Núbia, e destaca os seus feitos em domínios como a
arquitectura, a engenharia, a medicina, a matemática e os sistemas de escrita.
Ao fazê-lo, Diop desafia a narrativa dominante que atribui estes avanços exclusivamente
a outras civilizações fora de África.
Um dos argumentos centrais do
livro de Diop é a necessidade de uma visão mais equilibrada e inclusiva da
história mundial que reconheça o papel de África no desenvolvimento da
civilização humana. O autor sublinha a importância de reconhecer e celebrar os
contributos de África, não só para a exactidão histórica, mas também para a
capacitação e a auto-estima do povo africano.
Além disso, Diop aborda os
efeitos prejudiciais do colonialismo e do racismo na auto-percepção de África e
do seu lugar na história global. Argumenta que as narrativas históricas
distorcidas perpetuaram estereótipos negativos sobre África e o seu povo,
levando a um sentimento de inferioridade e marginalização. Diop apela a uma
reavaliação destas narrativas e a uma recuperação da agência histórica de
África.
"𝐂𝐢𝐯𝐢𝐥𝐢𝐳𝐚𝐭𝐢𝐨𝐧
𝐨𝐫
𝐁𝐚𝐫𝐛𝐚𝐫𝐢𝐬𝐦”:
tem tido grande influência na formação do discurso sobre a história de África e
na contestação das perspectivas eurocêntricas. Continua a inspirar académicos e
activistas na busca da descolonização do conhecimento e na promoção de uma
compreensão mais inclusiva das civilizações mundiais.
𝐍𝐨𝐭𝐚:
É de salientar que, embora o trabalho de Diop tenha recebido elogios e
reconhecimento significativos, também foi alvo de críticas e de debate
académico. Alguns académicos questionaram certos aspectos da sua investigação e
interpretações. No entanto, não se pode negar o impacto global de "𝐂𝐢𝐯𝐢𝐥𝐢𝐳𝐚𝐭𝐢𝐨𝐧
𝐨𝐫
𝐁𝐚𝐫𝐛𝐚𝐫𝐢𝐬𝐦"
na historiografia africana e na compreensão mais alargada da história mundial.
GRANDIOSOS ETIOPES DO ANTIGO IMPÉRIO CUXITA
O livro 𝑮𝒓𝒂𝒏𝒅𝒊𝒐𝒔𝒐𝒔
𝑬𝒕𝒊́𝒐𝒑𝒆𝒔
𝒅𝒐
𝑨𝒏𝒕𝒊𝒈𝒐
𝑰𝒎𝒑𝒆́𝒓𝒊𝒐
𝑪𝒖𝒙𝒊𝒕𝒂
é uma rica obra da grandiosa
estudiosa Drusilla Dunjee Houston Intitulada como a Mãe da História Africana,
foi pioneira no estudo Afrocêntrico sobre a origem das civilizações antigas,
ela é a primeira mulher preta a escrever uma série de livros sobre história e é
creditada como a criadora da estrutura Pan-Africana que reclama a origem
africana da civilização.
A obra foi escrita em um contexto em que as representações da África e da herança africana eram frequentemente distorcidas e estigmatizadas. Houston buscou corrigir essas representações negativas, apresentando uma narrativa mais precisa e equilibrada.Houston dedica uma atenção especial à história etíope, ressaltando a grandeza das civilizações antigas da região. Ela explora a rica herança cultural e política da Etiópia ao longo dos séculos. Houston destaca nesta obra uma variedade de figuras notáveis, incluindo reis e rainhas etíopes, como a lendária rainha de Sabá, filósofos e pensadores, mostrando a diversidade e a profundidade das realizações etíopes ao longo do tempo.
Publicado pela primeira vez em
1926, este trabalho é o resultado de uma longa e detalhada pesquisa histórica
que durou 25 anos e tem como base os relatos e fontes mais antigas a que se
pode ter acesso. Aqui você aprenderá sobre a presença preta na fundação e
gestão das mais antigas nações da história e suas origens, que remetem a uma
cultura comum, o antigo império cuxita. O título Grandiosos Etíopes do Antigo
Império Cuxita também conta com uma apresentação biográfica da grande ancestral
que foi Drusilla Dunjee Houston e sobre sua notável família de dedicados
militantes à causa da justiça racial.
A CONSCIÊNCIA HISTÓRICA AFRICANA
O presente livro reúne os
contributos de intelectuais africanos que em 2005 se reuniram na Universidade
de Rouen, em França, em torno da grande obra de Cheikh Anta Diop, 𝐍𝐚𝐭𝐢𝐨𝐧𝐬
𝐧𝐞̀𝐠𝐫𝐞𝐬
𝐞𝐭
𝐜𝐮𝐥𝐭𝐮𝐫𝐞,
tida como uma das mais importantes produções científica.
A era do continente "sem
história" terminou desde a publicação, em 1954, de 𝐍𝐚𝐭𝐢𝐨𝐧𝐬
𝐧𝐞̀𝐠𝐫𝐞𝐬
𝐞𝐭
𝐜𝐮𝐥𝐭𝐮𝐫𝐞.
Ao recusar a leitura hegeliana da história humana, 𝐂𝐡𝐞𝐢𝐤𝐡
𝐀𝐧𝐭𝐚
𝐃𝐢𝐨𝐩,
o historiador africano mais considerado do século XX, dedicou-se ao
restabelecimento, nesta obra, da consciência histórica africana. Trata-se, por
um lado, de "adquirir uma consciência cada vez mais aguda da profundidade
histórica do mundo tal como o viveu", e, por outro lado e
correlativamente, de "adquirir uma consciência que participe na história,
que faça história".
Acreditar nos Ocidentais, o Egipto faz parte do Oriente. Ora, segundo 𝐂𝐡𝐞𝐢𝐤𝐡 𝐀𝐧𝐭𝐚 𝐃𝐢𝐨𝐩, foi através de uma falsificação da história que aqueles conseguiram classificar o Egipto no Oriente, e afirmar que o primeiro representa um acidente geográfico em África. O Egipto não é o Oriente, é a África. Todas as testemunhas oculares do Egipto antigo afirmam convictamente que os Egípcios eram Negros. Heródoto, que visitou o Egipto no século V a.C., indica-nos que os antigos Egípcios "têm a pele negra e o cabelo crespo".Todas as lendas e tradições, recolhidas em África, fazem provir os Negros do Leste, do lado do vale do Nilo.
É, deste modo, que na África
ocidental, as lendas dogon, iorubá, as fazem provir do Leste; as dos Fang
trazem-nas do Nordeste; no século XVlll, os Fang ainda não tinham alcançado a
costa Atlântica; as dos Bakouba afirmam serem provenientes do Norte: é o caso
dos Tútsis do Ruanda- -Burundi (cf. Ibid.'). Os estudos etnográficos
permitem-nos ficar mais esclarecidos. Com efeito, a toponímia, a análise dos
nomes totémicos de clãs usados pelos Africanos, associada a uma análise
linguística apropriada, permitiu a Cheikh Anta Diop demonstrar o parentesco
entre as línguas do Egipto antigo e as línguas negro-africanas. O autor
desenvolve, também, outros argumentos históricos, sociológicos, geográficos,
etc., que tendem a demonstrar as origens egípcias da civilização africana.
ÁFRICA NEGRA: A BASE ECONÓMICA E CULTURAL PARA UM ESTADO FEDERADO
"𝐁𝐥𝐚𝐜𝐤
𝐀𝐟𝐫𝐢𝐜𝐚:
𝐓𝐡𝐞
𝐄𝐜𝐨𝐧𝐨𝐦𝐢𝐜
𝐚𝐧𝐝
𝐂𝐮𝐥𝐭𝐮𝐫𝐚𝐥
𝐁𝐚𝐬𝐢𝐬
𝐟𝐨𝐫
𝐚
𝐅𝐞𝐝𝐞𝐫𝐚𝐭𝐞𝐝
𝐒𝐭𝐚𝐭𝐞"
é um livro escrito por Cheikh Anta Diop, um renomado historiador, antropólogo e
pan-africanista senegalês. Publicado originalmente em francês em 1974, o livro
apresenta uma visão abrangente sobre a necessidade e viabilidade de uma unidade
política e econômica em África.
No livro, Diop argumenta que a
desintegração de África devido ao colonialismo europeu fragmentou os povos e
recursos do continente, levando a disputas, conflitos e subdesenvolvimento.
Diop defende a criação de uma federação de Estados africanos, baseada em uma abordagem
pan-africanista, como a solução para superar as divisões e promover o
desenvolvimento econômico e cultural de África.
Diop analisa as características
comuns de África, como a herança cultural, a geografia, os recursos naturais e
as economias complementares. Ele argumenta que essas características
compartilhadas podem ser utilizadas como uma base sólida para a cooperação
econômica e a construção de uma identidade pan-africana.
O livro também discute a
importância do resgate e revalorização da história e cultura africana,
afirmando que o conhecimento e o orgulho de suas raízes ancestrais são
essenciais para a unidade e o desenvolvimento de África. Diop rejeita a ideia
de uma "África ocidental" ou "África oriental", enfatizando
a necessidade de uma África unificada que possa se posicionar de maneira mais
forte e influente no cenário global.
"𝐁𝐥𝐚𝐜𝐤
𝐀𝐟𝐫𝐢𝐜𝐚:
𝐓𝐡𝐞
𝐄𝐜𝐨𝐧𝐨𝐦𝐢𝐜
𝐚𝐧𝐝
𝐂𝐮𝐥𝐭𝐮𝐫𝐚𝐥
𝐁𝐚𝐬𝐢𝐬
𝐟𝐨𝐫
𝐚
𝐅𝐞𝐝𝐞𝐫𝐚𝐭𝐞𝐝
𝐒𝐭𝐚𝐭𝐞"é
considerado uma obra seminal no campo dos estudos africanos e do
pan-africanismo. Diop argumenta em favor da unidade e emancipação africana,
baseadas em uma compreensão profunda da história, cultura e desafios
enfrentados pelo continente. Seu trabalho continua a influenciar o pensamento e
o ativismo pan-africanista.
"𝐎𝐬 𝐂𝐨𝐧𝐝𝐞𝐧𝐚𝐝𝐨𝐬 𝐝𝐚 𝐓𝐞𝐫𝐫𝐚 " é um livro escrito pelo psiquiatra, filósofo e revolucionário 𝐅𝐫𝐚𝐧𝐭𝐳 𝐅𝐚𝐧𝐨𝐧. Publicado em 1961, o livro é considerado uma das obras mais influentes no campo dos estudos pós-coloniais e críticos à colonização."𝐎𝐬 𝐂𝐨𝐧𝐝𝐞𝐧𝐚𝐝𝐨𝐬 𝐝𝐚 𝐓𝐞𝐫𝐫𝐚 " aborda uma série de questões relacionadas à descolonização e à luta dos povos colonizados por sua liberdade. Fanon discute a psicologia da colonização, explorando como a colonização não apenas oprime as populações locais economicamente, mas também afeta profundamente suas identidades, psicologias e relacionamentos consigo mesmas e com os colonizadores.
Além disso, o livro explora o
papel da cultura na luta de libertação e como a reconstrução de uma cultura
nacional autêntica é uma parte vital do processo de descolonização. Fanon
também critica as elites intelectuais que se submetem aos colonizadores, argumentando
que elas frequentemente perpetuam estruturas de dominação em vez de lutar por
uma verdadeira emancipação. Uma das ideias centrais do livro é a necessidade de
uma revolução violenta como meio de quebrar os grilhões da colonização naquela
época.
Fanon acreditava que a luta
armada era uma resposta necessária à violência e à repressão sistemáticas
impostas pelos colonizadores. Ele argumentava que somente por meio da ação
direta e da violência poderia a população colonizada reivindicar seu poder e
sua humanidade plenos, rompendo com a mentalidade colonial internalizada.
Em suma, " 𝐎𝐬
𝐂𝐨𝐧𝐝𝐞𝐧𝐚𝐝𝐨𝐬
𝐝𝐚
𝐓𝐞𝐫𝐫𝐚
de Frantz Fanon é uma obra profunda que examina as complexidades da opressão
colonial, a psicologia dos oprimidos e os caminhos para a libertação. Suas
ideias têm tido um impacto duradouro nos campos da teoria pós-colonial, estudos
culturais e lutas por justiça social.
YURUGU: UMA CRÍTICA CENTRADA NA ÁFRICA DO PENSAMENTO E COMPORTAMENTO CULTURAL EUROPEU
A obra 𝐘𝐮𝐫𝐮𝐠𝐮
escrita por Marimba Ani, remove a máscara da fachada europeia e, assim, revela
o funcionamento interno da supremacia branca global, um sistema que funciona
para garantir o controlo da Europa e dos seus descendentes sobre a maioria dos
povos do mundo.
Nesta mesma obra aAni argumenta
que o pensamento europeu, ou "𝐘𝐮𝐫𝐮𝐠𝐮"
como ela se refere, é fundamentalmente desconectado das raízes culturais
africanas. Ela explora como o eurocentrismo influenciou o pensamento ocidental
e o impacto dessa desconexão na compreensão e interpretação do mundo.
A ENXADA E A LANÇA: A ÁFRICA ANTES DOS PORTUGUESES
" 𝐀 𝐄𝐧𝐱𝐚𝐝𝐚
𝐞
𝐚
𝐋𝐚𝐧ç𝐚:
𝐀
Á𝐟𝐫𝐢𝐜𝐚
𝐚𝐧𝐭𝐞𝐬
𝐝𝐨𝐬
𝐩𝐨𝐫𝐭𝐮𝐠𝐮𝐞𝐬𝐞𝐬"é
um livro escrito por Alberto e Silva. Publicado originalmente em 1992, o livro
é uma obra que explora a história pré-colonial de África antes da chegada dos
portugueses ao continente. Neste livro, aborda a história, cultura e sociedade
das diversas civilizações e povos africanos antes do início do período colonial
europeu.
Ele destaca as realizações das
sociedades africanas, suas inovações tecnológicas, organização política,
sistemas econômicos, crenças religiosas e outras facetas de suas vidas
cotidianas. O livro busca desafiar estereótipos e ideias preconceituosas que
desvalorizaram a história e o legado dos africanos antes do contato com os
europeus. A obra também explora a riqueza da diversidade cultural de África e o
papel importante que o continente desempenhou no comércio, intercâmbio e
desenvolvimento de conhecimento e tecnologia ao longo dos séculos.
" 𝐀 𝐄𝐧𝐱𝐚𝐝𝐚
𝐞
𝐚
𝐋𝐚𝐧ç𝐚
" é um trabalho aclamado por sua perspectiva crítica e sensível sobre a
história africana, e é considerado uma leitura valiosa para aqueles
interessados em compreender a complexidade e a profundidade da herança africana
antes da era colonial europeia.
A UNIDADE CULTURAL DA ÁFRICA NEGRA
A Unidade Cultural da África Negra" é um livro escrito pelo renomado historiador, antropólogo e cientista político senegalês 𝗖𝗵𝗲𝗶𝗸𝗵 𝗔𝗻𝘁𝗮 𝗗𝗶𝗼𝗽. Publicado originalmente em francês em 1959, o livro examina a história e a cultura dos povos africanos, destacando sua unidade e contribuições para a civilização mundial. No seu livro 𝗗𝗶𝗼𝗽 argumenta que existe uma unidade cultural subjacente entre os povos africanos, que é frequentemente ignorada ou subestimada devido à colonização e ao eurocentrismo. Ele busca refutar a ideia de que a África é composta por diversas culturas isoladas e fragmentadas, em vez disso, defende que há uma herança cultural comum compartilhada por diferentes grupos étnicos do continente.
A obra de 𝗖𝗵𝗲𝗶𝗸𝗵
𝗔𝗻𝘁𝗮
𝗗𝗶𝗼𝗽,
"A Unidade Cultural da África Negra", teve um impacto significativo
no campo dos estudos africanos e contribuiu para uma nova abordagem histórica e
cultural, que busca valorizar e reafirmar a identidade africana. Seus escritos
têm sido influentes no movimento de consciência e orgulho negro, bem como nas
discussões sobre descolonização e reavaliação da história africana.
NGOMA YETHU: O CURANDEIRO E O NOVO TESTAMENTO
𝐍𝐠𝐨𝐦𝐚
𝐘𝐞𝐭𝐡𝐮:
𝐨
𝐜𝐮𝐫𝐚𝐧𝐝𝐞𝐢𝐫𝐨
𝐞
𝐨
𝐍𝐨𝐯𝐨
𝐓𝐞𝐬𝐭𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨é
uma obra interessante e convidativa que hoje trazemos como sugestão de leitura,
obra que se configura eloquente denúncia contra a discriminação direcionada à
espiritualidade africana, que não é antibíblica, nem culturalmente inferior,
pois a África não está e nunca esteve em trevas.
A obra não é ficcional; trata-se
de um livro feito de notas para um debate, “numa reflexão apaixonante sobre a
relação entre o curandeiro e o Novo Testamento”, conforme diz Chiziane na
apresentação. E, logo na advertência, apontam que o objetivo do livro é
“promover um debate entre o Cristianismo trazido pelo colonialismo e a cultura
africana; interessa-nos ampliar o nosso conhecimento sobre a visão do mundo de
um curandeiro e como as tradições Bantu interpretam a Sagrada Escritura”.
𝐍𝐠𝐨𝐦𝐚
𝐘𝐞𝐭𝐡𝐮
se estrutura em cinco capítulos: o primeiro se ocupa de considerações mais
gerais, com certa profundidade teológica, apreciável em quem não é do ramo; a
África, tendo sido o berço da humanidade e tendo exercido importante papel na
história bíblica, por efeito de pressupostos colonialistas preconceituosos teve
sua cultura avaliada como inferior, a ponto de seus curandeiros serem
considerados diabólicos. Isso contrasta com uma das principais características
do próprio Jesus: afinal, não ele mesmo um curandeiro?
O capítulo segundo apresenta
Mariana, a curandeira: a trajetória pessoal e familiar, os desafios da
formação, a reclusão na escola de curandeiros, os dramas existenciais e a
incompreensão a que se entregam os que corajosamente se aventuram nessa senda;
é apresentado vívido relato de experiências que a conduziram ao ofício, depois
de ter sido praticante católica.
Nos percalços que marcaram sua trajetória, os apelos da cultura africana e a voz dos antepassados a convocaram – e ela não pôde resistir. No livro, interpreta os mais significativos textos do Novo Testamento, de dentro, da África, da mulher. É uma voz feminina que, a partir da milenar sabedoria africana, analisa os trechos mais intensos e desafiadores da Bíblia cristã. Chiziane e Martins reforçam que é preciso descolonizar nossas mentes para descolonizar a Bíblia e sua interpretação. Com isso, serão superados dilemas permanentes de nossa história, que só produzem violência e preconceitos.
NEOCOLONIALISMO: O ÚLTIMO ESTÁGIO DO IMPERIALISMO
"𝐍𝐞𝐨-𝐜𝐨𝐥𝐨𝐧𝐢𝐚𝐥𝐢𝐬𝐦:
𝐓𝐡𝐞
𝐋𝐚𝐬𝐭
𝐒𝐭𝐚𝐠𝐞
𝐨𝐟
𝐈𝐦𝐩𝐞𝐫𝐢𝐚𝐥𝐢𝐬𝐦"
é um livro escrito pelo líder anticolonialista e político ganês Kwame Nkrumah,
publicado em 1965. Nessa obra, Nkrumah analisa e critica o conceito de
neocolonialismo, que ele vê como uma continuação do imperialismo mesmo após as
nações africanas conquistarem a independência formal do domínio colonial
europeu.
Segundo Nkrumah, o
neocolonialismo é uma forma sutil de controle e exploração em que as potências
coloniais continuam a exercer influência econômica, política e cultural sobre
os países recém-independentes de África e de outras regiões colonizadas. Ele
argumenta que o neocolonialismo é uma estratégia para manter o domínio sobre as
antigas colônias, mesmo que formalmente tenham conquistado sua independência
política.
Nkrumah identifica várias formas
de neocolonialismo, como a dependência econômica dos países recém-independentes
em relação às antigas potências coloniais, a exploração dos recursos naturais
dessas nações em benefício das potências dominantes, a imposição de acordos
comerciais desfavoráveis e a interferência política para manter governos
alinhados aos interesses das potências coloniais.
Além disso, Nkrumah critica a
influência cultural do neocolonialismo, argumentando que as nações africanas
são bombardeadas com valores, padrões de consumo e ideologias ocidentais que
minam suas próprias identidades e sistemas culturais.
Nkrumah defende a necessidade de
solidariedade e unidade entre as nações africanas e outras nações colonizadas
para combater o neocolonialismo e alcançar o verdadeiro desenvolvimento
independente. Ele enfatiza a importância do pan-africanismo e da cooperação
entre as nações africanas como um meio de resistir à exploração neocolonial. "
𝐍𝐞𝐨-𝐜𝐨𝐥𝐨𝐧𝐢𝐚𝐥𝐢𝐬𝐦:
𝐓𝐡𝐞
𝐋𝐚𝐬𝐭
𝐒𝐭𝐚𝐠𝐞
𝐨𝐟
𝐈𝐦𝐩𝐞𝐫𝐢𝐚𝐥𝐢𝐬𝐦"é
considerado uma importante obra na crítica ao neocolonialismo e na defesa da
emancipação completa das nações africanas e colonizadas. Ela influenciou o
pensamento político e a luta pela independência em várias partes do mundo, e
suas ideias continuam a ser debatidas e estudadas até hoje.
A DESTRUIÇÃO DA CIVILIZAÇÃO NEGRA: GRANDES QUESTÕES DA HISTÓRIA AFRICANA
" 𝐀 𝐃𝐞𝐬𝐭𝐫𝐮𝐢çã𝐨
𝐝𝐚
𝐂𝐢𝐯𝐢𝐥𝐢𝐳𝐚çã𝐨
𝐍𝐞𝐠𝐫𝐚”:
Grandes Questões da História Africana" é um livro escrito por 𝐂𝐡𝐚𝐧𝐜𝐞𝐥𝐥𝐨𝐫
𝐖𝐢𝐥𝐥𝐢𝐚𝐦𝐬.
Publicado em 1971, o livro aborda a história da África, desde os tempos antigos
até o período colonial, e explora as questões que contribuíram para a destruição
das civilizações africanas. 𝐖𝐢𝐥𝐥𝐢𝐚𝐦𝐬
examina o impacto do comércio transatlântico de escravos, do colonialismo
europeu e das políticas discriminatórias sobre a população negra ao redor do
mundo. Ele argumenta que esses fatores levaram à opressão e à supressão da
cultura, do poder econômico e do desenvolvimento das sociedades africanas.
O livro também enfatiza a importância de reconhecer a história e as realizações das civilizações africanas, destacando suas contribuições significativas para a humanidade em áreas como a agricultura, a arte, a ciência e a arquitetura. Williams propõe que o resgate da história africana é fundamental para o fortalecimento e a recuperação das comunidades afrodescendentes em todo o mundo. "A Destruição da Civilização Negra" aborda uma série de aspectos importantes da história africana e da diáspora africana. Alguns dos aspectos mais importantes do livro incluem:
- 𝐈𝐦𝐩𝐚𝐜𝐭𝐨 𝐝𝐨 𝐜𝐨𝐦é𝐫𝐜𝐢𝐨 𝐭𝐫𝐚𝐧𝐬𝐚𝐭𝐥â𝐧𝐭𝐢𝐜𝐨 𝐝𝐞 𝐞𝐬𝐜𝐫𝐚𝐯𝐨𝐬: Chancellor Williams explora o impacto devastador do comércio de escravos no continente africano. Ele discute como milhões de africanos foram capturados, escravizados e transportados para as Américas, resultando na perda de vidas, recursos e interrupção das sociedades africanas.
- 𝐂𝐨𝐥𝐨𝐧𝐢𝐳𝐚çã𝐨 𝐞𝐮𝐫𝐨𝐩𝐞𝐢𝐚: O livro examina a era do colonialismo europeu na África e seus efeitos prejudiciais para as civilizações africanas. Williams analisa a exploração econômica, a imposição de sistemas políticos e legais opressivos, bem como a destruição de instituições sociais e culturais africanas.
- 𝐒𝐮𝐩𝐫𝐞𝐬𝐬ã𝐨 𝐝𝐚 𝐜𝐮𝐥𝐭𝐮𝐫𝐚 𝐚𝐟𝐫𝐢𝐜𝐚𝐧𝐚: Williams destaca como as práticas coloniais buscaram suprimir a cultura africana, incluindo a língua, religião, tradições e conhecimentos tradicionais. Ele discute o impacto duradouro dessas políticas de assimilação forçada e a importância de preservar e valorizar a identidade cultural africana.
- 𝐂𝐨𝐧𝐭𝐫𝐢𝐛𝐮𝐢çõ𝐞𝐬 𝐡𝐢𝐬𝐭ó𝐫𝐢𝐜𝐚𝐬 𝐝𝐚 Á𝐟𝐫𝐢𝐜𝐚: O livro ressalta as significativas contribuições da África para a civilização global, abrangendo áreas como matemática, ciências, arquitetura, agricultura e filosofia. Williams destaca o desenvolvimento de grandes civilizações africanas, como o Egito Antigo, Mali e Axum, desafiando a ideia de que a África era apenas uma região atrasada e primitiva.
- 𝐈𝐦𝐩𝐨𝐫𝐭â𝐧𝐜𝐢𝐚 𝐝𝐨 𝐜𝐨𝐧𝐡𝐞𝐜𝐢𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐡𝐢𝐬𝐭ó𝐫𝐢𝐜𝐨: Chancellor Williams argumenta que é crucial que os povos africanos e afrodescendentes recuperem e valorizem sua história. Ele enfatiza a necessidade de uma consciência histórica positiva como base para a construção de uma identidade coletiva fortalecida e para superar os efeitos da opressão histórica.
- " 𝐀 𝐃𝐞𝐬𝐭𝐫𝐮𝐢çã𝐨 𝐝𝐚 𝐂𝐢𝐯𝐢𝐥𝐢𝐳𝐚çã𝐨 𝐍𝐞𝐠𝐫𝐚" é amplamente considerado uma obra seminal nos estudos afrocentrados e na promoção do conhecimento e do orgulho da história africana. O livro desafia narrativas históricas eurocêntricas e busca reverter o apagamento das contribuições africanas para a civilização global.
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